Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas

Qual é o seu nível de fluência no idioma que você está estudando?

É comum as pessoas responderem essa pergunta como “nível básico”, “intermediário” ou até mesmo “fluente”. Mas o que quer dizer cada uma dessas respostas? São respostas vagas demais e que podem ter significados muito diferentes para cada pessoa.

Atualmente, a melhor forma para se ter um entendimento comum sobre um nível de fluência em um idioma é usar como referência o Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas, ou simplesmente CEFR (Common European Framework of Reference for Languages).

O Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas é o resultado de 20 anos de pesquisas do Conselho Europeu. É uma ferramenta para classificar os conhecimentos de um idioma da maneira mais objetiva possível, de forma que os diferentes credenciamentos linguísticos sejam similares. Ele é largamente utilizado como referência na Europa, e cada vez mais usados em países da Ásia e Américas. Para isso são estabelecidos três níveis que se dividem, por sua vez, em subníveis para se chegar uma escala mais precisa com um total de seis níveis.

 

Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas - CEFR

 

A: Falante Básico

É aquele que consegue comunicar-se através de frases simples, mas que ainda não tem independência suficiente para articular um discurso. Utiliza enunciados simples e compreende expressões, desde que se trate de um tema que seja familiar e não se entre em detalhes técnicos.

 

A1: Iniciante

– Consegue entender e usar expressões familiares do dia-a-dia e frases bem básicas, visando satisfazer necessidades concretas.

– Consegue apresentar-se, assim como apresentar os outros, fazer e responder perguntas sobre detalhes pessoais como: onde mora, pessoas que conhece e coisas que possui.

– Consegue interagir de forma simples, se a outra pessoa falar lenta e claramente e com paciência para ajudar.

 

A2: Básico

– Consegue entender sentenças e expressões frequentes relacionadas a áreas de relevância imediata (por exemplo, informações pessoais e familiares básicas, compras, localidades geográficas, emprego, etc.).

– Consegue se comunicar em tarefas simples e em rotinas que exigem apenas uma troca de informação simples e direta sobre assuntos que lhe são familiares e habituais.

– Consegue descrever em termos simples aspectos do meio ao seu redor e se referir a assuntos relacionados com necessidades imediatas.

 

B: Falante independente

É aquele que consegue manejar o idioma com o grau de fluidez e independência necessário sem tornar um esforço a comunicação com um interlocutor nativo. É capaz de compreender qualquer texto escrito, ainda que trate de aspectos técnicos, e dar sua opinião sobre temas da atualidade.

 

B1: Intermediário

– Consegue entender os pontos principais, quando em contato com linguagem usual e familiar (no ambiente de trabalho, escola, laser, etc.).

– Consegue lidar com a maioria das situações que possivelmente podem ocorrer em viagens onde a língua é falada.

– Consegue produzir um discurso simples e coerente sobre assuntos que lhe são familiares ou de interesse pessoal.

– Consegue descrever experiências e eventos, sonhos, esperanças e ambições, e dar breves razões e explicações de suas opiniões e planos.

 

B2: Independente

– Consegue entender as ideias principais de textos complexos em tópicos concretos e abstratos, incluindo discussões técnicas em sua área de especialização.

– Consegue interagir com um grau de fluência e espontaneidade de modo que conversas com falantes nativos ocorra sem esforço por nenhuma das partes.

– Consegue produzir textos claros e detalhados em temas diversos e explicar um ponto de vista em um assunto, expondo as vantagens e desvantagens de várias opções.

 

C: Falante Proficiente

O falante proficiente é aquele que possui um nível de domínio da língua que lhe permite

expressar-se de forma precisa enfatizando o significado dos conceitos. É capaz de compreender o que escuta ou lê sem esforço. Tratam com fluência temas complexos sem que se note que estão procurando a palavra adequada.

 

C1: Proficiência Operativa Eficaz

– Consegue entender um vasto número de textos longos e complexos, sendo capaz de reconhecer significados implícitos.

– Consegue se expressar fluente e espontaneamente sem se esforçar para encontrar palavras adequadas.

– Consegue usar a língua com flexibilidade e eficazmente para propósitos sociais, acadêmicos e profissionais.

– Consegue produzir textos complexos, claros e bem estruturados, demonstrando um domínio de mecanismos de organização, de articulação e de coesão do discurso.

 

C2: Domínio Pleno

– Consegue entender com facilidade praticamente tudo que ouve e lê.

– Consegue resumir informações de diferentes fontes faladas e escritas, reconstruindo argumentos e fatos em uma apresentação coerente.

– Consegue se expressar como espontaneidade, fluidez e precisão.

– Consegue distinguir finas variações de significados, inclusive nas situações mais complexas.

 

Conclusão

Eu gosto de usar o CEFR como uma forma de definir objetivamente minhas metas fluência em um idioma que eu estou estudando. Quando eu quiser, posso facilmente encontrar um exame de certificação para testar se cheguei no nível desejado.

Acho que o nível B1 é suficiente para passar as férias em um país do idioma alvo e se virar muito bem. O B2 é o nível que costuma ser exigido por várias universidade da Europa para aceitar estudantes estrangeiros. Para mim o nível C1 já pode ser considerado como fluente, e é o nível que eu tenho como meta nos idiomas que eu estudo. Eu não tenho planos para alcançar o nível C2 em nenhum dos meus idiomas, acho que é muito audacioso, pois é um nível próximo de nativos com formação superior (claro que podendo manter ainda um sotaque).

No Wikipedia pode ser encontrado uma tabela de correspondência do CEFR para vários exames de proficiências. Clique aqui para ver a tabela.

Finalizando, para maiores informações sobre o CEFR você pode consultar o documento oficial do Conselho Europeu (em inglês) clicando aqui.

4 comentários sobre “Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas

  1. Por que não fazer a edição do livro para português Brasil? Será que não exista um grupo, principalmente de quem já utilizou o método, que possa implantar este projeto?

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